quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Para alguém especial.


Querido Carlos,
Me lembrei hoje, daquela manhã ensolarada em que eu o encontrei. Você estava lá observando o mundo passar, sentado embaixo de uma árvore. Eis que ali te conheci. Lembro que você ouvia uma música que eu não gostava, estava tão concentrado em seus pensamentos, que pensei nem ter me notado. Mas do nada, você virou e perguntou: “Por que as pessoas sempre dizem o que pensam sem analisar o que de fato ocorre?”.
Me assustei com sua pergunta e com sua ação em seguida, você se levantou indignado e apenas saiu, sem dizer mais nada, nem uma palavra a mais. E eu ali fiquei perdida, mergulhada em sua pergunta, gerando vários pensamentos.
As pessoas são levadas a acreditar que um fato não é apenas um fato, mas sim que há várias verdades dentro dele. Não sabendo o que isso realmente significa, passam a acreditar que seus pensamentos são uma dessas verdades, e grita-los ao mundo é o mais puro ato de ser sincero doa a quem doer.
Esquecendo que nossos pensamentos são traiçoeiros, passamos acreditar que o que vemos é de fato uma verdade. Estamos perdidos nos “achismos” da vida que não mais conseguimos observar um simples fato, sem por nossa “verdade” sobre ele.
Naquele dia, você voltou e se sentou ao meu lado, abrimos a boca, mas não houve palavras, nem “achismos”, apenas um suspiro e um olhar confirmando que nos perdemos num mesmo pensamento, mas que um dia, debaixo de uma sombra, nos acharemos outra vez.

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