sábado, 30 de abril de 2011

Fading out bright sunshine

No início de tudo, quando só havia luz e vácuo, a suprema divindade Laire Acroast sentia-se enfarada por tamanho vazio. O sentimento fez com que ela chorasse, e cada lagrima derramada deu origem àquilo que compõe o universo, como os planetas e as estrelas, sendo o Sol a maior evidência de seus sentimentos e tornando-se assim o ponto central do universo.
Descobridora de seus dons, a deusa Laire Acroast passou usá-los a cada manifestação de seus mais íntimos sentimentos, sem saber que tais dons eram fruto de sua grandeza divina.
Criara, através de um ápice de alegria, um planeta que denominara Terra. Lá existiam pequenas criaturas similares a ela, porém não possuidores dos seus nobres sentimentos e restritos a sua benevolência. Por não conterem tais sentimentos, as criaturas eram propícias a práticas corruptíveis.
Já em seu ápice de raiva, ainda se sentindo sozinha, criara uma divindade que saíra o seu oposto, a qual dera o nome de Amrod Al-Khaliman.
Amrod Al-Khaliman continha uma beleza extraordinária capaz de encantar quem fosse, tendo também um poder divino, porém submetido à Laire Acroast, sua criadora. Nela seus encantos não surtiam efeitos, o que a tornava diferente à sua visão, fazendo com que ele perdidamente se apaixonasse. Também encantada pela sua diferença, Laire Acroast entrega-se a um amor sem fim.
Como o Sol era a expressão mais intensa dos sentimentos da deusa Laire, Amrod criara um soneto luminoso, onde externava todos seus sentimentos, ao qual dera o nome de Lua. O astro, de acordo com a mudança de emoções de Almrod, mudava de formato, sendo ao todo quatro: minguante, nascente, cheia e nova.
Com a união dessas duas divindades, houve o surgimento de outros deuses, como Jiuts Al Hiuteé, deus da sabedoria, Jarred Bardin, da guerra, Kzaleh Dumbao, da paciência, entre outros.
Enquanto observava as criações de sua amada, Amrod Al-Khaliman fora tomado por uma leve curiosidade perante a Terra, um planeta diferente dos demais, pois continha criaturas semelhantes aos deuses. Então Laire Acroast o concedeu o privilégio de descer a Terra para que conhecesse tais criaturas e seus modos.
Descendo como mortal, ficara encantado com a beleza das mulheres e com os prazeres mundanos, que foram capazes de corrompê-lo. Apaixonado pela Terra, Amrod Al-Khaliman se recusou a voltar para Laire Acroast quando é chegada hora de partir.
A traição de Amrod Al-Khaliman despertou a fúria de Laire Acroast, que o tornou humano, tirando-lhe seus poderes. Deusa também do caos e destruição, aplicou sobre a Terra seus piores sentimentos e rogou-lhes as maiores pragas, fazendo com que tudo tendesse ao caos. Cada ação humana levaria a um resultado caótico.
Almrod Al-Khaliman, não acostumado a isso, pois só vira o lado bom da Terra, veio a padecer de uma praga que caíra somente sobre ele.
Com a morte de seu dono, a Lua perdeu sua autonomia, ficando subestimada ao poder do Sol e da Laire, porém, as emoções de Almrod ficaram marcadas nas suas quatro intensas formas, que passaram a mudar a cada sete dias.
Como o Sol era a maior evidência de seus sentimentos, este tendia a diminuir sua energia radiante, fonte da vida das criaturas terrenas, pois com a traição de seu amado e o seu sentimento de solidão, Laire Acroast mergulhou numa profunda tristeza, o que causava a morte das estrelas.
Temendo o destino, as criaturas terrenas iniciaram rituais cerimoniais em homenagem a Laire Acroast, como ultima esperança, já que tudo que estes faziam para combater sua irá resultava em cataclismos. Nesses rituais homens recém amadurecidos são sacrificados e seu sangue oferecido a deusa para que esta saciasse sua sede vingança.


Nota¹: Hoje me deu uma vontade de fazer um post diferente, por isso este post é dedicado a exibição do meu pequeno mito. E claro, como ninguém consegue viver sem ajuda de outrém, agradeço a Aninha, a Rapha, a Paula e ao Pedro por terem me auxiliado nesse texto.
Nota²: Sim, o mito é um pouco feminista.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Afinal respeitar o próximo é tão démodé.

Iria começar esse post lamentando por estar atrasada para comentar esse acontecimento de duas semanas atrás, mas então eu me dei conta que isso é comum, muitas atitudes como essa da grande cantora Paula Toller acontecem todo dia, seja com muçulmano, com judeu, cristão, até o meu caso que sou atéia, enfim com qualquer um.

A idéia desse meu comentário não foi inspirada somente pelo tweet da Toller, mas sim por intolerâncias religiosas, culturais e sociais que venho assistindo de camarote. Ouço comentários como “eu respeito a crença e a forma de ser do fulano”, mas suas atitudes são exatamente opostas, o que me faz querer gritar por menos hipocrisia.
O mais cômico – ou seria trágico? – é que muitos pregam mensagens como a da música “Imagine” do grandioso e saudoso John Lennon, ou de textos, muitos bíblicos, mas na primeira oportunidade descarregam frases como “ah, mas tinha que ser judeu”; “tinha que ser árabe mesmo”. Isso é no mínimo lamentável.
Um post específico sobre o “acontecimento Toller” diz que a maioria usou deste fato não para se defender, mas para “malhar o judas” (palavras do próprio autor), isto é, para gerar ainda mais preconceito. Penso que todos queremos a paz, mas ninguém quer dar a cara a tapa, ninguém quer ser o estudante na frente do tanque de guerra por medo de ser atingido.
É sempre mais fácil “reclamar” no conforto do sofá, afinal pregar em prol da paz na teoria é moda, levantar a bandeira, pendurar cartazes, sair a luta já é tão démodé que nem vale a pena.


Nota: Não nego, mas lamento por fazer parte desse grupo às vezes. 

Vontade Súbita

Me veio assim uma vontade súbita, quase desesperadora de escrever, colocar algum dos meus pensamentos, até sentimentos para fora. Mas não só isso, senti a necessidade de compartilhá-los, de ter alguém, mesmo que eu não saiba que sente o mesmo, que se identifica com algumas das minhas palavras, mesmo que não belas, não grandiosas, apenas rabiscos de cadernos, agora digitalizados e expostos.
Mas qual dos meus sentimentos eu compartilharia? Qual eu descreveria? Há tantos. Tem aquele que surgiu de um momento que eu parei para reparar num casal de idosos que eu vejo todas as manhãs, mas nunca prestei atenção. Esse momento, em que parei e realmente vi os dois, me veio uma vontade de ter alguém, assim como eles tem um ao outro, para passar longos anos, mas aí eu percebi que essa vontade não é só minha, então percebi que meus sentimentos também são clichês.
Há ainda aqueles planos mirabolantes que sempre surgem em minha mente quando estou viajando, de ônibus ou de carro, são planos, desejos que, em sua maioria, nunca passaram disso. Sem esquecer dos meus pensamentos revoltados, raivosos sobre o que vem acontecendo, sobre falas, gestos e atitudes que nos rodeiam que no mínimo são desagradáveis. E principalmente as minhas saudades e nostalgias que me cercam a todo o momento.
Enfim, são tantos pensamentos que minha vontade era poder organizá-los como uma gaveta de arquivos, pois nesses últimos dias estão agindo como se fossem pedestres com pressa, atrasados, se esbarrando e causando caos na faixa de pedestres dos meus sentimentos.
A intenção da criação deste blog é apenas desabafar pensamentos, antes tímidos, que agora precisavam ser compartilhados, não por serem extraordinários, mas por já não mais caberem apenas em folhas de papeis. E espero que assim o seja.